O CFC na 25ª Conferência Internacional de Contabilidade da USP: Avanços nas Diretrizes Curriculares para Ciências Contábeis
A Universidade de São Paulo foi palco de um importante momento para a contabilidade brasileira durante a 25ª Conferência Internacional de Contabilidade da USP, que ocorreu simultaneamente ao 22º Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) participou ativamente do evento, com destaque para a palestra do vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, José Donizete Valentina, que abordou a implementação das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de Ciências Contábeis.
Durante sua apresentação nos Fóruns Profissionais, José Donizete compartilhou detalhes sobre o abrangente processo coordenado pela Comissão de Educação Profissional Continuada do Sistema CFC/CRCs, que culminou na construção e aprovação das novas DCNs. O trabalho conjunto entre o CFC, os Conselhos Regionais e instituições de ensino demonstra o compromisso da classe contábil com a formação de profissionais mais preparados para os desafios do mercado atual.
As Novas Diretrizes Curriculares trazem inovações significativas para o ensino da contabilidade no Brasil. Entre as principais mudanças estão a incorporação de competências digitais, ênfase em habilidades analíticas e interpretativas, fortalecimento da ética profissional e adaptabilidade às mudanças do mercado. Estas modificações visam formar profissionais mais versáteis e preparados para lidar com as tecnologias emergentes que têm transformado o exercício da profissão contábil em São Paulo e em todo o país.
O processo de elaboração e aprovação das DCNs pelo Sistema CFC/CRCs foi meticuloso e participativo. Inicialmente, foram realizadas consultas públicas com profissionais, docentes e representantes do setor. Em seguida, grupos de trabalho especializados analisaram as contribuições e elaboraram propostas preliminares. Após revisões técnicas e jurídicas, o documento final foi submetido e aprovado pelos órgãos competentes, estabelecendo um novo marco para a formação contábil no Brasil.
Um dos pontos de destaque da implementação das novas diretrizes é o papel fundamental dos multiplicadores regionais. Estes profissionais, capacitados pelo CFC em abril deste ano, estão encarregados de disseminar o conhecimento sobre as novas DCNs em suas respectivas regiões. Como explicou José Donizete: “Esse time já entrou em campo e está preparando um cronograma de execução de atividades, uma lista das instituições de ensino da região que eles representam e as ações de capacitação que planejam sobre esse tema.”
A função desses multiplicadores vai além da disseminação de informações. Eles são responsáveis por oferecer suporte técnico às instituições de ensino, promover workshops e seminários, e criar canais de comunicação eficientes entre o CFC e as faculdades de contabilidade. Com abrangência territorial estrategicamente planejada, esses agentes cobrem todas as regiões do país, com especial atenção para os grandes centros educacionais, como São Paulo, onde se concentra significativa parte das instituições de ensino superior em contabilidade.
Para as instituições paulistas, o cronograma de implementação local já está em andamento. Os prazos estabelecidos preveem que até o final de 2025, todas as faculdades de ciências contábeis de São Paulo deverão ter adaptado seus currículos às novas diretrizes. As primeiras ações incluem a realização de seminários de orientação, formação de comissões internas para revisão curricular e elaboração de projetos pedagógicos alinhados às novas exigências.
O sistema de monitoramento da implementação é outro aspecto relevante do processo. Os multiplicadores devem entregar relatórios mensais detalhando o cumprimento do planejamento e os avanços obtidos em suas regiões. Como destacou o vice-presidente do CFC: “Além disso, esses multiplicadores devem nos entregar, mensalmente, o relatório do que já foi cumprido do planejamento”. Esta prestação de contas regular permite ao CFC acompanhar de perto a evolução da implementação e identificar possíveis obstáculos que demandem intervenção.
A Comissão de Educação Continuada do CFC programou diversas atividades estratégicas para acontecerem em todo o Brasil, com ênfase nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde se concentra grande parte das instituições de ensino superior em contabilidade. Em São Paulo, estão previstos fóruns acadêmicos, workshops com coordenadores de curso e encontros com docentes para alinhamento metodológico. Estas ações visam garantir uma transição suave e eficiente para o novo modelo curricular.
Um aspecto importante do processo é a coleta e integração de feedback das instituições de ensino paulistas. Durante sua palestra, José Donizete destacou a importância de ouvir as opiniões e sugestões dos presentes, que podem contribuir significativamente com as estratégias coordenadas pelo CFC. Este canal de comunicação bidirecional permite ajustes e melhorias contínuas no processo de implementação, tornando-o mais eficaz e adaptado às realidades locais.
Os impactos esperados na formação dos profissionais de contabilidade no mercado paulista são significativos. Espera-se que as novas diretrizes resultem em profissionais com maior capacidade analítica, visão estratégica e domínio de tecnologias emergentes. Para o mercado de São Paulo, conhecido por sua dinâmica econômica e exigência de profissionais altamente qualificados, estas mudanças prometem elevar ainda mais o nível de excelência dos contadores formados na região.
As experiências obtidas durante o processo de implementação em São Paulo e outras regiões fornecerão valiosas lições para replicação do modelo em todo o território nacional. As boas práticas identificadas, como métodos eficientes de engajamento das instituições de ensino, estratégias de capacitação docente e mecanismos de avaliação contínua, serão sistematizadas e compartilhadas com todos os Conselhos Regionais de Contabilidade.
O compromisso do CFC com a melhoria contínua da formação dos profissionais contábeis reflete sua visão de futuro para a profissão. Em um cenário de constantes transformações tecnológicas e mercadológicas, as novas diretrizes curriculares representam um passo importante para garantir que os contadores brasileiros continuem sendo reconhecidos por sua competência e capacidade de adaptação.
Referências
https://periodicos.unemat.br/index.php/rgfc/article/view/6800