Transformar Juntos 2025: Iniciativas Colaborativas para o Desenvolvimento Sustentável em Brasília

Transformar Juntos 2025: Colaboração e Inovação Transformando Realidades Locais em Brasília

A capital federal foi palco de um importante encontro que reuniu mais de 2,2 mil participantes diários e 200 palestrantes durante o Transformar Juntos 2025. O evento, realizado no hotel Royal Tulip em Brasília, consolidou-se como um espaço estratégico para a conexão entre gestores públicos, autoridades municipais e estaduais, agentes de desenvolvimento, lideranças sociais e o Sebrae, todos unidos pelo objetivo de transformar realidades locais através de políticas públicas efetivas.

Um dos fatores determinantes para o sucesso do evento foi a intensa articulação com os governos estaduais. Segundo Jeconias Júnior, gerente de Desenvolvimento Territorial, “O evento realmente serviu para trazer pessoas de todo o Brasil que puderam compartilhar o que foi oferecido. Apesar de ter sido patrocinado pelo Sebrae Nacional, ele é construído com muita articulação com os estados”. Esta parceria estratégica demonstra um modelo de governança colaborativa que tem se mostrado fundamental para ampliar o alcance e a efetividade das ações.

Os estados não apenas enviaram caravanas de participantes, mas também contribuíram com a apresentação de cases de sucesso implementados em seus territórios. Esse intercâmbio de experiências funcionou como “um grande quebra-cabeças de experiências realizadas nos territórios”, nas palavras de Jeconias Júnior, criando um rico mosaico de soluções adaptadas às diferentes realidades brasileiras.

A conexão com o bioma Cerrado ganhou destaque especial na programação. Cláudia Patrícia, gerente adjunta de políticas públicas, ressaltou: “Temos pensado na dimensão de conexão com as pessoas, com os territórios, e isso foi algo importante. A gente levou muito a pauta do cerrado, a pauta de pensar negócios conectados com a natureza e conectados com a necessidade de regeneração do nosso sistema”. Esta abordagem revela uma tendência crescente de alinhamento entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, especialmente em regiões sensíveis como o Cerrado brasiliense, incentivando inovações empresariais que respeitem e valorizem o bioma local.

Um aspecto fundamental do evento foi o compartilhamento de cases regionais trazidos pelas caravanas estaduais. Essa troca de experiências permitiu aos participantes conhecerem soluções práticas já testadas e aprovadas em diferentes contextos, facilitando a adaptação e implementação dessas iniciativas em seus próprios territórios. As lições práticas compartilhadas durante o evento representam um valioso acervo de conhecimento para gestores públicos e lideranças comunitárias.

O evento também provocou importantes reflexões sobre o papel das micro e pequenas empresas na economia local frente aos cenários globais. O pesquisador do Ipea, Mauro Oddo, trouxe uma perspectiva crítica ao questionar a preocupação excessiva com questões macroeconômicas globais, como o “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, quando, na realidade, o mercado é formado por mais de 90% de micro e pequenas empresas. “É esse público que deveríamos observar com mais atenção para entender como se comportam e como a microeconomia consegue resistir às mudanças globais”, afirmou Jeconias, reiterando a posição do pesquisador.

Um dos painéis mais concorridos do evento foi o “Mapear para Incluir: O papel do cadastro na agricultura”, mediado pelo diretor Bruno Quick, com participação de Daniel Carrara, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), e de Ana Euler, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A alta adesão a este painel, que aparentemente tratava de um tema restrito, revelou o grande interesse dos participantes em compreender a importância do cadastro territorial para a inclusão de produtores rurais nas políticas públicas.

As oficinas do evento também apresentaram evoluções significativas, tanto em conteúdo quanto em participação. O analista técnico Mateus Feitosa destacou uma oficina especialmente desenvolvida para o Microempreendedor Individual (MEI): “Esse ano, a gente fez uma oficina pensada nas pessoas do MEI, então a gente diagnosticou quem é o MEI, quais são as pessoas, quais são as soluções que ele precisa”. Este diagnóstico de necessidades representa um passo importante para o desenvolvimento de políticas públicas sob medida para este segmento que corresponde a uma parcela significativa dos pequenos negócios brasileiros.

Olhando para o futuro, Fausto Keske, gerente adjunto de políticas públicas, vislumbra novas perspectivas para os próximos eventos: “Para o ano que vem, a gente quer continuar evoluindo na construção da nossa estratégia de eventos em políticas públicas. Assim, podemos pensar em diferentes momentos de engajamento, tanto do sistema Sebrae quanto dos gestores públicos, com jornadas mais específicas, mais personalizadas, de acordo com os interesses de cada tipo de público e de acordo com os potenciais de cada público também”.

Esta abordagem regional e personalizada reflete o reconhecimento de que cada território possui características, desafios e potencialidades específicas, demandando estratégias também específicas para seu desenvolvimento. A evolução da metodologia de eventos do Sebrae busca justamente atender a essa necessidade de customização, ampliando o impacto das políticas públicas através de um engajamento mais direcionado e efetivo.

O Transformar Juntos 2025 consolidou-se como um movimento que permite aos participantes se abastecerem de conhecimentos, experiências e contatos, para então retornarem aos seus territórios e colocarem em prática o aprendizado adquirido. Como definiu Fausto Keske, a palavra que melhor resume os três dias de evento é “encontro” – um encontro transformador de pessoas, ideias e possibilidades que continuará gerando frutos nos diferentes territórios brasileiros.

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