Maria Ribeiro retorna à literatura com “Não sei se é bom, mas teu”, uma coleção de crônicas que explora a vida contemporânea com autenticidade e leveza. Com uma escrita acessível e reflexões sobre temas universais, a autora convida os leitores a redescobrirem a beleza nas pequenas coisas do dia a dia. Sua obra estabelece um diálogo intergeracional, unindo diferentes vozes da cultura brasileira em uma jornada literária envolvente e humanizada.
A crônica como espelho da vida contemporânea: Maria Ribeiro retorna à literatura com “Não sei se é bom, mas teu”
Após uma década de intervalo desde sua última publicação literária, Maria Ribeiro ressurge no cenário editorial brasileiro com uma obra que promete conquistar leitores pela autenticidade e pela forma acessível de abordar os dilemas da vida contemporânea. Seu novo livro de crônicas, intitulado “Não sei se é bom, mas teu”, reúne mais de 70 textos publicados entre 2018 e 2025 em veículos como O Globo, Veja Rio, Gama, Tpm e UOL.
A autora, que também é atriz e documentarista, define a obra como um recorte de sua percepção sobre a vida nos últimos sete anos. “Esse livro fala de anos difíceis, mas que também me ensinaram muito. É sobre tentar ser melhor, aprender, acertar – e ainda assim errar. Tenho minhas vulnerabilidades, como todos nós, e nesse lugar nos encontramos. É preciso enxergar a vida bonita, porque ela é”, explica Maria.
Com uma carreira versátil nas artes, Maria Ribeiro acumula experiência em diferentes áreas de expressão, o que se reflete em sua escrita multifacetada. Seu primeiro livro foi publicado há dez anos, e essa década de intervalo parece ter amadurecido ainda mais seu olhar sobre o mundo. A autora consegue transitar com desenvoltura entre o íntimo e o universal, transformando suas observações pessoais em reflexões com as quais muitos leitores conseguem se identificar.
“Não sei se é bom, mas teu” aborda temas diversos e profundamente humanos. Maternidade, feminismo, envelhecimento, amor, luto, política e cultura pop são algumas das temáticas exploradas nas páginas do livro. A multiplicidade de assuntos reflete a própria complexidade da vida contemporânea, onde diferentes esferas se entrelaçam constantemente. Com um olhar lúdico e reflexivo, Maria propõe redescobrir o extraordinário escondido na rotina do dia a dia.
Um dos aspectos mais interessantes da obra é o diálogo que estabelece com diferentes gerações e linguagens, simbolizado pelo prefácio assinado por Anitta e pelo posfácio de Caetano Veloso. Essa escolha não parece aleatória: ao convidar duas figuras emblemáticas da música brasileira, de gerações distintas, para abrir e fechar seu livro, Maria Ribeiro reforça seu desejo de criar pontes entre a literatura e a cultura pop, ampliando o alcance de suas reflexões.
A presença de Anitta, fenômeno da música brasileira contemporânea e símbolo de uma geração conectada às redes sociais, traz uma perspectiva atual sobre os temas abordados no livro. Já Caetano Veloso, com sua trajetória consagrada como um dos maiores compositores e intérpretes da música brasileira, empresta seu olhar experiente e poético para complementar a obra. Essa combinação de vozes enriquece a leitura e destaca o caráter intergeracional das questões discutidas por Maria.
A escolha pelo formato da crônica não é por acaso. Como a própria autora reconhece, esse gênero literário possui um grande potencial democrático. A crônica brasileira tem uma tradição rica, com nomes como Clarice Lispector, Rubem Braga, Luis Fernando Verissimo e Martha Medeiros, que conseguiram transformar o cotidiano em literatura, sem perder a profundidade ou a capacidade de provocar reflexão. Maria Ribeiro se insere nessa linhagem, trazendo sua própria voz e perspectiva para o gênero.
A influência das redes sociais na escrita da autora é outro elemento significativo. Maria revela que, desde que começou a ler seus textos em voz alta no Instagram, sua escrita se tornou “mais oral” e direta. Essa evolução estilística reflete as transformações no consumo de conteúdo na era digital e resulta em textos mais acessíveis e imediatos, sem perder a profundidade. A linguagem fluida e conversacional estabelece uma conexão direta com os leitores, como uma conversa entre amigos.
“Não quero que meus pensamentos fiquem restritos a apenas uma parcela da população. Quero alcançar mais pessoas e acredito que a crônica tem esse poder. Em meio ao caos da vida, as pessoas perdem o olhar lúdico sobre as próprias experiências. É isso que eu quero resgatar – de forma leve, engraçada e reflexiva”, afirma a autora, revelando sua intenção de democratizar a literatura e torná-la parte da vida cotidiana dos leitores.
O lançamento do livro, realizado na Livraria Argumento, no Leblon, Rio de Janeiro, reuniu amigos e familiares da autora, incluindo personalidades como Maria Flor, Gregório Duvivier, Martha Medeiros, Ana Paula Araújo, Francisco Gil e Alane Dias. Também estiveram presentes seu ex-marido Caio Blat, seu atual namorado Rica Amabis e seus filhos João e Bento. O evento não foi apenas uma celebração literária, mas também um encontro de diferentes gerações e segmentos artísticos, refletindo a própria essência da obra.
Em tempos de atenção fragmentada e consumo rápido de informação, o livro de Maria Ribeiro propõe uma pausa para reflexão. Com sua escrita intimista e ao mesmo tempo universal, a autora convida o leitor a rir, pensar e se reconhecer em cada página, transformando o cotidiano em um verdadeiro roteiro de vida. “Não sei se é bom, mas teu” se apresenta como um espelho do Brasil contemporâneo, com suas contradições, belezas e desafios.
A obra chega às livrarias como um dos lançamentos mais aguardados da Editora Record em 2025, prometendo estabelecer um diálogo honesto e humanizado com leitores de diferentes idades e origens. Ao abordar temas universais com uma perspectiva pessoal e acessível, Maria Ribeiro reafirma a importância da literatura como forma de compreensão do mundo e de nós mesmos, convidando-nos a enxergar o extraordinário no aparentemente banal.
Referências: