O perfil do consumidor brasileiro de automóveis está passando por transformações significativas em 2025, refletindo tanto aspectos pragmáticos quanto simbólicos na escolha de veículos. Dados recentes da Webmotors revelam um padrão consistente nas preferências nacionais por cores de automóveis, especialmente entre o público executivo e corporativo, que busca aliar sofisticação, discrição e valor de revenda em suas aquisições.
Os brasileiros continuam demonstrando forte predileção por tons neutros, com o preto liderando as buscas por cores de carros (22,42%), seguido muito de perto pelo branco (22,28%) e pelo prata (18,29%). O cinza completa o quarteto dominante com 17,60% das preferências. As cores mais vibrantes como azul, vermelho, verde, marrom, bege e amarelo aparecem com menor expressividade nas buscas online e nas concessionárias de São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais.
Esta predominância dos tons neutros não é coincidência. Estas cores são associadas à elegância atemporal e proporcionam benefícios práticos significativos. O branco, por exemplo, além de transmitir sobriedade, reflete melhor o calor, característica valorizada em um país de clima predominantemente tropical como o Brasil. Já o preto é sinônimo de sofisticação e imponência, especialmente nos centros empresariais de São Paulo e Rio de Janeiro, onde executivos buscam veículos que representem sua posição profissional.
No segmento de sedãs, o Honda Civic consolidou-se como o modelo de carro usado mais buscado no primeiro trimestre de 2025, seguido pelo Toyota Corolla. A preferência pelo Civic entre executivos brasileiros é notável, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo e Belo Horizonte. Sua combinação de design refinado, conforto, tecnologia e status faz dele uma escolha natural para profissionais que desejam comunicar sucesso sem ostentação excessiva.
Por outro lado, quando se trata de carros novos (0 km), o Hyundai Creta lidera as buscas no mercado nacional. Este SUV compacto conquistou o topo das preferências dos brasileiros, principalmente em regiões metropolitanas como Curitiba, Brasília e Salvador, ultrapassando concorrentes como o Toyota Corolla Cross, que aparece em segundo lugar. O crescimento expressivo do Creta no mercado brasileiro reflete a tendência global de migração para veículos mais altos e espaçosos, mesmo em ambientes urbanos congestionados.
A escolha da cor de um automóvel vai muito além da estética e influencia diretamente a decisão de compra dos consumidores. Fatores práticos como manutenção, limpeza e resistência ao calor são considerações importantes para motoristas de regiões como o Nordeste e Centro-Oeste, onde as temperaturas elevadas predominam. Já em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a poluição é mais intensa, cores neutras tendem a disfarçar melhor a sujeira do dia a dia.
Além dos aspectos práticos, existe um forte componente simbólico na escolha do veículo. Para executivos e profissionais liberais de cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, o carro funciona como uma extensão de sua identidade profissional. Um Honda Civic preto ou um Toyota Corolla prata comunicam seriedade, confiabilidade e um senso de discrição valorizado no ambiente corporativo brasileiro. Já empreendedores de setores mais criativos ou inovadores, comuns em ecossistemas como São Paulo e Recife, podem optar por cores menos convencionais para expressar personalidade e visão diferenciada.
Um dos fatores mais decisivos na escolha da cor do automóvel é o seu impacto no valor de revenda. Estudos do mercado automobilístico brasileiro indicam que veículos em cores neutras como preto, branco e prata tendem a desvalorizar menos e são vendidos mais rapidamente no mercado de usados. Em cidades competitivas como São Paulo, onde a rotatividade de veículos é alta, essa consideração financeira pesa significativamente na decisão inicial de compra, especialmente para quem planeja trocar de carro a cada 3 ou 4 anos.
A análise comparativa entre as tendências de cores para carros novos e usados no mercado brasileiro revela padrões interessantes. Enquanto no mercado de novos começa a surgir uma tímida abertura para cores mais diferenciadas, como azul e vermelho, especialmente em modelos compactos e SUVs, o mercado de usados permanece dominado pelos tons neutros. Em revendedoras de Curitiba, Belo Horizonte e Fortaleza, por exemplo, os veículos seminovos em preto, branco e prata costumam ser os primeiros a deixar as lojas.
A revolução digital transformou significativamente a jornada de compra de automóveis no Brasil. As plataformas online, como a Webmotors, tornaram-se o ponto de partida para a maioria dos consumidores nas principais cidades brasileiras. Antes mesmo de visitar uma concessionária em São Paulo ou Porto Alegre, o consumidor já pesquisou extensivamente, comparou preços, leu avaliações e filtrou opções por cor, modelo e características. Esta digitalização do processo de compra tem democratizado o acesso à informação e tornado o consumidor brasileiro mais exigente e bem informado.
O comportamento do consumidor brasileiro de automóveis em 2025 reflete uma combinação de racionalidade prática e expressão pessoal. Enquanto as cores neutras seguem dominando o mercado por razões práticas e financeiras, modelos como o Honda Civic e o Hyundai Creta conquistam preferências por atenderem às necessidades de status, conforto e praticidade valorizada pelos consumidores das principais cidades brasileiras. Para empresários e gestores, compreender estas tendências significa entender não apenas um mercado, mas um importante aspecto da cultura e comportamento do consumidor nacional.
Referências: