O aumento alarmante de afastamentos por transtornos mentais no Brasil revela a urgência de um olhar mais atento para a saúde mental nas empresas. Exemplos como o do Grupo HEINEKEN mostram que investir em bem-estar pode reduzir drasticamente esses índices e garantir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Neste post, exploramos como iniciativas estratégicas em saúde mental se traduzem em resultados tangíveis e sustentáveis para as organizações.
O cenário da saúde mental no ambiente corporativo brasileiro apresenta dados que demandam atenção urgente. De acordo com informações do INSS, o país registrou mais de 470 mil afastamentos por transtornos mentais em 2024, incluindo ansiedade e depressão, representando um aumento alarmante de 68% em relação a 2023 – o maior índice da última década.
Essa realidade contrastante ganha ainda mais relevância quando analisamos casos específicos de empresas que conseguiram navegar na direção oposta dessa tendência preocupante. O Grupo HEINEKEN apresentou uma variação de apenas 0,06% em afastamentos por motivos de saúde mental no mesmo período, um índice 100 vezes menor que a média do mercado brasileiro. Essa diferença significativa não surgiu por acaso, mas sim como resultado de estratégias estruturadas e investimento consistente em bem-estar corporativo.
As estratégias implementadas pelo Grupo HEINEKEN demonstram como o cuidado integral pode transformar indicadores de saúde mental. A companhia desenvolveu um modelo que valoriza a escuta ativa, promove cultura de pertencimento e estabelece pilares sólidos para alta performance sustentável. O programa integra ações de segurança psicológica, apoio emocional e desenvolvimento humano, além de campanhas contínuas de prevenção e acolhimento.
A criação da Diretoria de Felicidade em 2023 representa um marco na gestão de pessoas contemporânea. Esta iniciativa foi desenhada especificamente para promover a saúde integral dos colaboradores, estimulando ambientes seguros, inclusivos e emocionalmente saudáveis. O projeto demonstra como estruturas organizacionais dedicadas ao bem-estar podem gerar resultados mensuráveis e sustentáveis.
A construção de ambientes psicologicamente seguros emerge como fator determinante para o sucesso dessas iniciativas. O foco da empresa concentra-se em fortalecer a cultura organizacional baseada em respeito, empatia e liberdade de expressão, garantindo que cada profissional possa exercer sua singularidade mantendo equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essa abordagem cria condições para que colaboradores se sintam genuinamente acolhidos e valorizados.
A correlação entre saúde mental e produtividade encontra respaldo científico em pesquisas robustas. Um estudo conduzido por Jean-Emmanuel De Neve, professor da Universidade de Oxford, analisou mais de 30 milhões de trabalhadores globalmente e revelou que empresas com programas estruturados de segurança psicológica aumentam a produtividade em até 13% e reduzem o absenteísmo em 40%. Esses números demonstram que investimentos em bem-estar emocional geram retornos tangíveis para as organizações.
Cuidar das pessoas transcende questões humanitárias e posiciona-se como ativo estratégico essencial. O mesmo estudo da Universidade de Oxford indica que 83% dos profissionais preferem trabalhar em empresas que priorizam o cuidado emocional, enquanto 70% consideram esse fator determinante para permanecer no emprego a longo prazo. Essa preferência reflete mudanças profundas nas expectativas dos colaboradores e no mercado de trabalho.
O papel do RH experimenta transformação significativa nesse contexto, evoluindo de função administrativa para agente estratégico de mudança organizacional. As áreas de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas assumem papel decisivo na criação de ambientes psicologicamente seguros e sustentáveis. Esta evolução exige competências ampliadas e visão sistêmica sobre o impacto do bem-estar na performance organizacional.
As lições extraídas do modelo do Grupo HEINEKEN oferecem direcionamentos práticos para outras organizações. A empresa demonstra que saúde mental representa investimento, não custo, consolidando uma abordagem que equilibra resultados empresariais com cuidado genuíno pelos colaboradores. Organizações que investem na promoção da saúde mental dos seus colaboradores estão moldando um modelo de negócios mais sustentável, onde bem-estar e felicidade ocupam posição central na estratégia empresarial.
Em um mercado onde esgotamento profissional e transtornos mentais se tornaram desafios urgentes, empresas que priorizam o cuidado com as pessoas fortalecem sua reputação, retêm talentos e constroem equipes mais engajadas e produtivas. O exemplo da HEINEKEN comprova que saúde mental constitui diferencial competitivo essencial para o futuro do trabalho, estabelecendo novos parâmetros para gestão de pessoas no ambiente corporativo brasileiro.
Referências
https://mundorh.com.br/grupo-heineken-reduz-afastamentos-por-saude-mental/
https://www.abrhbrasil.org.br/saude-mental-e-absenteismo-no-trabalho-qual-a-relacao/
https://kenoby.com/blog/saude-mental-nas-empresas/
https://www.intranetcloud.com.br/blog/como-promover-a-saude-mental-no-trabalho/