A diversidade como estratégia corporativa no setor financeiro vai muito além de números e metas isoladas. No cenário atual, empresas que incorporam políticas inclusivas em seu DNA organizacional não apenas atendem a uma demanda social, mas também transformam essa abordagem em vantagem competitiva concreta.

O gap de representatividade LGBTQIAPN+ nas lideranças brasileiras ainda é um desafio significativo. Segundo dados da Great Place To Work (GPTW), apenas 8% das lideranças no Brasil se declaram pertencentes à comunidade LGBTQIAPN+. Este número revela um campo de oportunidades para empresas que desejam se diferenciar pela inclusão efetiva, especialmente no setor financeiro, tradicionalmente conservador.

O will bank exemplifica como uma instituição financeira pode transformar a diversidade em vantagem competitiva. Enquanto a média do mercado apresenta baixa representatividade, o banco conseguiu atingir números expressivos: 28% dos seus profissionais pertencem à comunidade LGBTQIAPN+, com 19% deles ocupando posições de liderança. Mais importante que os percentuais é a constatação de que 87% das pessoas de grupos sub-representados alcançam performance ideal ou acima da média, demonstrando que inclusão e resultados caminham juntos.

A implementação de programas de mentoria tem sido fundamental para promover a equidade nas organizações financeiras. Iniciativas como o “Lidera Plural” do will bank criam oportunidades para que talentos diversos desenvolvam habilidades de liderança e avancem na carreira. Estes programas funcionam como aceleradores de carreira, permitindo que profissionais de grupos minorizados superem barreiras invisíveis que frequentemente limitam seu crescimento profissional em São Paulo e outras regiões metropolitanas do Brasil.

Os grupos de afinidade estabelecem-se como verdadeiros pilares para a construção de uma cultura inclusiva. Redes como Afrowill, Queerwill, WCDs e willgualdade criam espaços seguros onde colaboradores podem compartilhar experiências, propor soluções e desenvolver um sentimento de pertencimento. Estes grupos não são apenas espaços de acolhimento, mas também incubadoras de ideias inovadoras que beneficiam toda a organização.

Laboratórios de DE&I representam ferramentas eficazes para a desconstrução de preconceitos no ambiente corporativo. Através de workshops, treinamentos e discussões facilitadas, estas iniciativas educam colaboradores sobre vieses inconscientes e comportamentos excludentes. Um exemplo prático é o uso de tecnologia para alertar colaboradores quando expressões discriminatórias são utilizadas em plataformas de comunicação interna, promovendo conscientização de forma imediata e educativa.

A medição de resultados por meio de dados concretos é essencial para uma gestão eficaz da diversidade. Estabelecer métricas claras permite acompanhar o progresso, identificar áreas de melhoria e ajustar estratégias de forma proativa. Empresas do setor financeiro em mercados competitivos como o brasileiro estão cada vez mais adotando dashboards de diversidade que monitoram representatividade, equidade salarial e oportunidades de desenvolvimento.

A tecnologia tem se mostrado uma aliada poderosa na promoção de ambientes seguros e inclusivos. Ferramentas de recrutamento com algoritmos menos enviesados, plataformas de feedback anônimo e sistemas que garantem equidade nos processos de promoção são exemplos de como a tecnologia pode ser utilizada para fortalecer iniciativas de diversidade e inclusão, especialmente em empresas do setor financeiro com presença em mercados diversos como Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais brasileiras.

O compromisso da alta liderança é determinante na construção de uma cultura verdadeiramente diversa. Quando executivos demonstram engajamento genuíno com a pauta de diversidade, isso se reflete em toda a organização. No will bank, a participação da liderança de RH no board estratégico evidencia como as questões de diversidade são consideradas nas tomadas de decisão de alto nível, estabelecendo um exemplo para outras instituições financeiras no mercado brasileiro.

A diversidade vai além dos números e impacta diretamente o negócio e a inovação. Equipes diversas trazem perspectivas variadas para a resolução de problemas, resultando em soluções mais criativas e eficazes. No mercado financeiro, onde a inovação é crucial para a competitividade, organizações com culturas inclusivas tendem a identificar oportunidades de mercado mais rapidamente e desenvolver produtos que atendem a um público mais amplo, gerando vantagens competitivas sustentáveis.

Para empresas do setor financeiro que desejam prosperar no mercado brasileiro contemporâneo, a incorporação da diversidade como valor fundamental não é apenas uma questão ética, mas uma necessidade estratégica. Organizações que conseguem criar ambientes genuinamente inclusivos atraem os melhores talentos, impulsionam a inovação e constroem relações mais autênticas com um mercado consumidor cada vez mais diverso e consciente.

Referências:
https://www.mundorh.com.br/no-will-bank-o-futuro-se-constroi-com-um-dna-diverso/
https://www.aberje.com.br/diversidade-e-inclusao-como-implementar-na-sua-empresa/
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/a-diversidade-no-brasil.html
https://www.gptw.com.br/artigos/diversidade-nas-empresas-2023/