Quais são os principais objetivos do webinar organizado pela Fundação IFRS sobre sustentabilidade?
O webinar organizado pela Fundação IFRS sobre sustentabilidade tem como principais objetivos disseminar conhecimento sobre governança para divulgações relacionadas à sustentabilidade, especialmente com foco nas novas normas IFRS S1 e IFRS S2. O evento busca explorar como os conselhos de administração e diretoria devem supervisionar essas divulgações, auxiliando as empresas a integrarem a governança de sustentabilidade em suas estruturas corporativas existentes. Além disso, o webinar visa apresentar casos práticos de governança eficaz e demonstrar como essas divulgações podem atender às necessidades de informação dos investidores, promovendo assim a adoção de práticas mais sustentáveis no mercado financeiro global.
Como as normas IFRS S1 e IFRS S2 influenciam a governança de risco e oportunidades relacionadas à sustentabilidade?
As normas IFRS S1 e IFRS S2 estabelecem um framework estruturado que exige que as empresas divulguem informações sobre governança, estratégia, gestão de riscos e métricas relacionadas à sustentabilidade. A IFRS S1 proporciona requisitos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, enquanto a IFRS S2 foca especificamente nas divulgações relacionadas ao clima. Essas normas influenciam a governança corporativa ao requerer que as organizações estabeleçam processos formais para identificação, avaliação e gerenciamento de riscos e oportunidades de sustentabilidade. Isso incentiva uma maior responsabilidade e envolvimento dos conselhos de administração, diretoria e alta gerência no monitoramento e supervisão das questões de sustentabilidade, elevando esses temas ao mesmo nível de importância que outros aspectos financeiros e operacionais da empresa.
Qual é o papel dos conselhos de administração e diretoria na supervisão de divulgações contábeis relacionadas à sustentabilidade?
Os conselhos de administração e diretoria têm papel fundamental na supervisão das divulgações relacionadas à sustentabilidade, sendo responsáveis por garantir que a empresa desenvolva e implemente políticas adequadas de identificação, avaliação e divulgação de riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade. Compete a esses órgãos estabelecer estruturas de governança claras, definir responsabilidades específicas dentro da organização, aprovar metas e objetivos de sustentabilidade, e supervisionar o progresso em relação a esses compromissos. Também devem assegurar que haja recursos adequados para implementar estratégias de sustentabilidade e que as divulgações sejam precisas, transparentes e alinhadas com os requisitos normativos, como os estabelecidos pelas IFRS S1 e S2. Além disso, têm o papel de promover uma cultura organizacional que valorize a sustentabilidade e integre essas considerações às decisões estratégicas e operacionais da empresa.
Como as empresas podem integrar a governança de sustentabilidade em sua estrutura corporativa existente?
As empresas podem integrar a governança de sustentabilidade em suas estruturas corporativas existentes através de várias abordagens. Primeiramente, podem designar responsabilidades claras para questões de sustentabilidade no nível do conselho, seja criando um comitê específico de sustentabilidade ou expandindo o escopo de comitês existentes, como o de auditoria ou riscos. Em segundo lugar, é importante estabelecer linhas claras de reporte, garantindo que informações sobre sustentabilidade fluam dos níveis operacionais até o conselho. Também é essencial revisar e atualizar políticas corporativas e códigos de conduta para incorporar aspectos de sustentabilidade e desenvolver sistemas robustos de coleta de dados e processos de verificação. A capacitação de executivos e membros do conselho em temas de sustentabilidade, a integração de métricas de sustentabilidade nos sistemas de avaliação de desempenho e a vinculação de remuneração executiva a metas de sustentabilidade são outras estratégias eficazes. Por fim, as empresas devem garantir que a supervisão de sustentabilidade seja parte regular da agenda do conselho, com revisões periódicas de desempenho e estratégia.
Quais são os desafios enfrentados pelas empresas na criação de processos de governança eficazes para gerenciar riscos e oportunidades de sustentabilidade?
As empresas enfrentam diversos desafios na criação de processos de governança eficazes para sustentabilidade. Entre os principais estão a falta de experiência e conhecimento técnico sobre temas de sustentabilidade entre membros do conselho e alta administração, dificuldades na obtenção de dados confiáveis e verificáveis para métricas de sustentabilidade, e a complexidade de integrar considerações de sustentabilidade em processos decisórios já estabelecidos. Outros desafios incluem a pressão de prioridades concorrentes de curto prazo versus objetivos de sustentabilidade de longo prazo, a necessidade de adaptar estruturas de governança às diferentes regulamentações e expectativas entre jurisdições globais, e as limitações de recursos para implementar novos sistemas e processos. Além disso, muitas empresas enfrentam resistência cultural à mudança, dificuldades em quantificar o retorno sobre investimentos em iniciativas de sustentabilidade e o desafio de alinhar as expectativas diversas de múltiplos stakeholders.
Que benefícios os investidores podem esperar das divulgações relacionadas à sustentabilidade, conforme discutido no webinar?
Os investidores podem esperar diversos benefícios das divulgações relacionadas à sustentabilidade conforme as normas IFRS. Primeiramente, terão acesso a informações padronizadas, comparáveis e consistentes, facilitando a análise entre empresas e setores. Essas divulgações permitirão uma avaliação mais precisa dos riscos relacionados à sustentabilidade que possam afetar o valor da empresa a longo prazo, incluindo riscos físicos e de transição climática. As informações também ajudarão a identificar oportunidades de investimento em empresas bem posicionadas para a transição para uma economia de baixo carbono. Adicionalmente, os investidores poderão avaliar a qualidade da gestão e governança corporativa através da forma como as empresas abordam questões de sustentabilidade. Estas divulgações também facilitarão o cumprimento de obrigações fiduciárias relacionadas à consideração de fatores ESG e auxiliarão investidores a atenderem suas próprias exigências regulatórias de divulgação. Por fim, permitirão um alinhamento mais eficaz dos investimentos com metas estabelecidas, como os compromissos net-zero.
De que maneira o portal de transparência do CFC se alinha com as práticas de divulgação de sustentabilidade?
O Portal da Transparência do CFC, embora tenha um foco primário em divulgação de informações institucionais e financeiras, alinha-se com os princípios centrais das práticas de divulgação de sustentabilidade ao promover transparência, accountability e acesso à informação. O portal demonstra compromisso com a governança responsável ao disponibilizar publicamente dados sobre gestão financeira, contratos, licitações e informações institucionais. Essa abordagem reflete o pilar de governança (a letra “G” do ESG) que é fundamental nas divulgações de sustentabilidade. Além disso, ao facilitar o acesso público às suas informações, o CFC pratica os princípios de engajamento com stakeholders e responsabilidade social, componentes importantes da dimensão social da sustentabilidade. O portal representa uma plataforma que poderia potencialmente ser expandida para incluir divulgações específicas sobre as próprias iniciativas de sustentabilidade do CFC, alinhando-se assim mais diretamente com as práticas recomendadas pelas normas IFRS S1 e S2.
Quais são as diferenças entre as abordagens de governança e transparência adotadas pelo CFC e as sugeridas no webinar da IFRS?
O CFC adota uma abordagem de transparência focada principalmente em conformidade legal e divulgação de informações institucionais e financeiras através de seu Portal da Transparência, cumprindo requisitos como a Lei de Acesso à Informação. Esta abordagem concentra-se em transparência organizacional e prestação de contas sobre a utilização de recursos. Por outro lado, as abordagens sugeridas no webinar da IFRS são mais abrangentes e direcionadas especificamente à governança de sustentabilidade. O webinar da IFRS foca na integração de fatores ambientais, sociais e de governança na estrutura corporativa, com ênfase particular em riscos e oportunidades relacionados ao clima. Enquanto o CFC prioriza a divulgação de informações administrativas, o framework da IFRS promove a análise e divulgação de como fatores de sustentabilidade afetam a estratégia empresarial e a criação de valor a longo prazo. O webinar da IFRS também incentiva uma abordagem mais proativa e estratégica para governança de sustentabilidade, enquanto a transparência do CFC tende a ser mais reativa e orientada para compliance.
Como a Lei de Acesso à Informação (LAI) impacta a divulgação dos dados de sustentabilidade nas empresas?
A Lei de Acesso à Informação (LAI – Lei nº 12.527/2011) impacta indiretamente a divulgação de dados de sustentabilidade, principalmente em empresas públicas, sociedades de economia mista e organizações que recebem recursos públicos. Para estas entidades, a LAI estabelece a obrigatoriedade de transparência ativa e passiva, criando um ambiente institucional que favorece a cultura de divulgação. Embora a LAI não trate especificamente de informações de sustentabilidade, seu princípio de máxima divulgação pode ser aplicado a dados socioambientais quando estes envolvem interesse público. A lei também estabelece padrões de qualidade da informação (disponibilidade, autenticidade, integridade) que se alinham com as boas práticas de relato de sustentabilidade. Para empresas privadas que interagem com o setor público, a LAI pode implicar na necessidade de divulgar informações sobre práticas ambientais e sociais em projetos que envolvam parcerias com o governo. No entanto, diferentemente das normas IFRS de sustentabilidade, a LAI não estabelece um framework específico para divulgação ESG, focando-se mais em garantir o acesso público a informações governamentais em geral.
Quais outras iniciativas de sustentabilidade o CFC está promovendo além do evento mencionado?
O CFC tem promovido diversas iniciativas relacionadas à sustentabilidade além da divulgação do webinar da Fundação IFRS. A entidade tem trabalhado na integração de princípios ESG em suas próprias operações e na profissão contábil como um todo. O Conselho tem organizado treinamentos, workshops e seminários sobre contabilidade ambiental e social, preparando os profissionais contábeis para os novos desafios de reporte de sustentabilidade. O CFC também participa ativamente de discussões sobre a implementação das normas internacionais de relato de sustentabilidade no Brasil, colaborando com entidades como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outras organizações do mercado financeiro. Através de suas comissões técnicas, o Conselho tem desenvolvido orientações sobre como os contadores podem auxiliar as empresas na mensuração, registro e divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade. Adicionalmente, o CFC tem implementado práticas internas de responsabilidade socioambiental, incluindo redução de consumo de papel, economia de energia e programas de inclusão e diversidade, servindo como exemplo para os profissionais da contabilidade.