O mercado de trabalho brasileiro apresenta um cenário promissor para o final de 2025, com 36% dos empregadores planejando contratar, superando a média global. Setores como Comunicação e Saúde lideram as expectativas de contratações, refletindo a crescente necessidade de talentos qualificados. Apesar do otimismo, empresas devem estar atentas aos desafios econômicos e às novas demandas do mercado para assegurar a continuidade do crescimento.
O mercado de trabalho brasileiro apresenta perspectivas promissoras para o final de 2025. A Pesquisa de Expectativa de Emprego do ManpowerGroup trouxe dados que confirmam um cenário de otimismo controlado, com indicadores que posicionam o país entre os líderes globais em intenção de contratações.
A expectativa de emprego para o 4º trimestre de 2025 alcançou 36%, representando um crescimento de 3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Este resultado coloca o Brasil acima da média global, que ficou em 23%, demonstrando o dinamismo do mercado nacional comparado a outras economias. O dado revela não apenas recuperação, mas uma confiança crescente dos empregadores brasileiros na estabilidade econômica do país.
Dos empregadores consultados, 53% afirmaram que pretendem aumentar suas equipes entre outubro e dezembro, enquanto apenas 18% planejam reduções e 27% não preveem mudanças significativas em seus quadros. Essa distribuição indica um mercado predominantemente expansivo, com duas em cada três empresas mantendo ou ampliando suas estruturas.
O crescimento das empresas surge como principal motor desse movimento, sendo apontado por 42% dos empregadores como fator determinante para novas contratações. A expansão de negócios existentes reflete tanto a recuperação econômica quanto a adaptação às novas demandas de mercado. Os novos empreendimentos aparecem em segundo lugar, mencionados por 31% dos respondentes, seguidos pela necessidade de projetos específicos, com 29%. Essa sequência demonstra um mercado que combina consolidação de negócios existentes com abertura para inovação e expansão.
Alguns setores se destacam como verdadeiros motores de contratação. Os Serviços de Comunicação lideram com 46% de expectativa de aumento do quadro, refletindo a transformação digital acelerada e a demanda crescente por conectividade. O setor de Saúde & Ciências da Vida aparece com 42%, impulsionado pelo envelhecimento populacional e pelos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Energia & Serviços de Utilidade Pública e Tecnologia da Informação empatam com 41% cada, evidenciando a importância da infraestrutura energética e da digitalização para a economia brasileira. A Indústria & Materiais completa o grupo dos cinco setores mais aquecidos, com 34% de expectativa positiva.
O mapa regional das contratações revela disparidades importantes que espelham a distribuição econômica do país. Minas Gerais lidera com 42% de expectativa de contratações, seguido pelo Paraná com 41%. O Rio de Janeiro aparece com 39%, enquanto a cidade de São Paulo registra 37%. Interessante notar que o estado de São Paulo como um todo apresenta índice menor, de 32%, sugerindo que a capital concentra maior dinamismo que o interior. Outras regiões do país ficam com 24%, revelando um mercado ainda concentrado nos principais polos econômicos.
Essa distribuição regional tem implicações práticas importantes para estratégias de recrutamento e retenção. Empresas que operam em múltiplas localidades precisam ajustar suas abordagens às realidades locais, considerando tanto a disponibilidade de talentos quanto a concorrência entre empregadores.
Mesmo em cenário positivo, desafios permanecem no horizonte. Entre os empregadores que planejam reduzir quadros, 35% apontam a incerteza econômica como principal preocupação. As mudanças no mercado aparecem como segundo fator, mencionadas por 29% dos respondentes, seguidas por reestruturações organizacionais, com 27%. Esses elementos mostram que, apesar do otimismo geral, parte das empresas ainda navega com cautela, ajustando estruturas para enfrentar volatilidades.
No cenário internacional, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking de intenções de contratação, atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos (45%), Índia (40%), Costa Rica (35%) e China (34%). Essa colocação reforça a atratividade do mercado brasileiro para investimentos e a confiança internacional na economia nacional. O resultado também indica que o país mantém competitividade global na atração de negócios e geração de empregos.
Para profissionais de Recursos Humanos, este cenário apresenta oportunidades significativas acompanhadas de desafios estratégicos. Com mais da metade das empresas contratando, a disputa por talentos qualificados se intensifica, exigindo abordagens mais sofisticadas de atração e retenção. Os setores em destaque – especialmente tecnologia, saúde e energia – demandam estratégias específicas de recrutamento, considerando tanto as competências técnicas quanto as habilidades comportamentais necessárias.
A escassez de profissionais qualificados em áreas específicas pode se tornar um gargalo, exigindo investimentos em capacitação e desenvolvimento interno. Empresas que anteciparem essas necessidades, criando programas de formação e parcerias com instituições de ensino, terão vantagem competitiva na atração de talentos.
As perspectivas para o final de 2025 consolidam um cenário de crescimento sustentado, com o Brasil mantendo posição de destaque no cenário global de empregabilidade. A convergência entre expansão empresarial, novos empreendimentos e demandas de projetos específicos sugere um mercado maduro e diversificado, capaz de gerar oportunidades em múltiplos segmentos.
A manutenção desse ritmo dependerá da capacidade das empresas brasileiras de navegarem entre o otimismo das oportunidades e a prudência necessária para enfrentar incertezas econômicas. Para gestores e profissionais, o momento exige estratégias ágeis, investimento em pessoas e atenção às tendências setoriais que moldarão o mercado de trabalho nos próximos meses.
Referências