As experiências em ambientes naturais estão redefinindo a formação de líderes, promovendo desenvolvimento de habilidades essenciais através de vivências práticas. Com a desconexão digital e interações autênticas, os líderes aprendem a importância da empatia e da comunicação eficaz, refletindo em resultados positivos para suas equipes. Esta abordagem transforma a liderança, indo além da teoria para criar impacto real nas organizações.
As empresas têm descoberto que a formação de líderes vai muito além das tradicionais salas de treinamento e apresentações corporativas. Experiências vivenciais em ambientes alternativos estão transformando a maneira como profissionais desenvolvem competências essenciais de liderança, criando impactos duradouros que se refletem diretamente nos resultados organizacionais.
A necessidade de sair do ambiente corporativo tradicional surge da urgência em desenvolver habilidades que não podem ser aprendidas apenas através de teoria ou discussões em grupo. Quando os líderes são colocados em situações que exigem presença genuína, comunicação autêntica e tomada de decisões em contextos completamente novos, emergem qualidades que permaneciam ocultas sob a rotina acelerada do escritório.
O caso da Coexpan Sul exemplifica como essa abordagem pode gerar resultados concretos. Giovanna Rossetto, gerente de RH da empresa, enfrentava o desafio de integrar equipes de liderança do Brasil e Chile que, apesar de atenderem os mesmos clientes, raramente tinham contato presencial. A solução encontrada foi uma imersão de dois dias e meio no Centro de Treinamento Executivo Bosque Belo, onde 18 líderes participaram de atividades com cavalos.
A experiência revelou-se transformadora. Os cavalos funcionaram como catalisadores naturais, ajudando os participantes a “baixar a guarda”, derrubar barreiras linguísticas e estabelecer conversas mais profundas. A presença dos animais criou um ambiente onde não era possível fingir ou manter máscaras profissionais, exigindo autenticidade e coerência entre discurso e prática.
A desconexão digital desempenhou papel fundamental no sucesso da iniciativa. A retirada dos celulares durante a vivência inicialmente causou ansiedade em alguns líderes, mas rapidamente abriu espaço para escuta ativa e criatividade. Sem as constantes interrupções digitais, os participantes conseguiram focar completamente nas interações humanas e no aprendizado prático.
Esta desconexão forçada permitiu que empatia, vulnerabilidade e inteligência emocional aflorassem naturalmente. Os líderes descobriram que liderança vai além de dar ordens ou apresentar planilhas – envolve estabelecer conexão genuína, demonstrar presença e construir confiança através de ações coerentes.
Os resultados na comunicação e colaboração foram imediatos e mensuráveis. Após a experiência, as plantas do Brasil e Chile passaram a ter integração mais efetiva, comunicação mais fluida e colaboração aprimorada no atendimento aos clientes. Um vídeo com registros da imersão foi apresentado aos C-Levels da companhia, que ouviram dos próprios gestores palavras como “transformador”, “profundo” e “impactante”.
Os aprendizados práticos incluíram habilidades específicas: equilibrar pressão e presença, exercitar escuta ativa, reconhecer o impacto de cada comunicação e valorizar relacionamentos humanos como parte essencial da gestão. Esses elementos tornaram-se ferramentas cotidianas que os líderes passaram a aplicar em suas rotinas profissionais.
A empatia e a inteligência emocional emergem como competências centrais nas lideranças modernas. Em um mundo corporativo cada vez mais automatizado e digitalizado, a capacidade de compreender e se conectar genuinamente com pessoas torna-se diferencial competitivo essencial. Líderes empáticos conseguem criar ambientes de trabalho mais saudáveis, equipes mais engajadas e resultados mais sustentáveis.
As experiências em ambientes naturais funcionam como laboratórios práticos para desenvolver essas competências. Quando um líder precisa interagir com um cavalo, por exemplo, não há como enganar – o animal só responde se sentir confiança e coerência no comportamento da pessoa. Esta dinâmica força o desenvolvimento de presença autêntica e comunicação não verbal efetiva.
Nathalia Gottheiner, fundadora do Centro de Treinamento Executivo Bosque Belo, desenvolveu metodologia específica que combina doma consciente, neurociência, mindfulness e comunicação não verbal. Sua abordagem atende grupos de líderes de empresas como O Boticário, Itaú, Nestlé e John Deere, demonstrando que a estratégia vai além de benefícios pontuais para se tornar ferramenta empresarial estratégica.
As estratégias de formação em ambientes naturais incluem práticas vivenciais, dinâmicas simbólicas e momentos de reflexão guiada. O objetivo é criar situações onde o líder saia do controle automático e se veja em contextos que exigem presença genuína, vulnerabilidade controlada e tomada de decisões baseada em intuição e empatia.
Segundo especialistas, essas imersões funcionam como antídoto contra a superficialidade da liderança moderna. Em ambientes naturais, longe das distrações corporativas, emergem qualidades que estavam escondidas sob a rotina acelerada. Líderes descobrem que sua presença impacta diretamente o desempenho e o bem-estar de suas equipes.
As tendências no treinamento de liderança mostram evolução clara: experiências que antes eram vistas como benefícios corporativos pontuais agora ganham status de estratégias empresariais fundamentais. Empresas reconhecem que investir no desenvolvimento humano de seus líderes gera retornos mensuráveis em engajamento, produtividade e retenção de talentos.
A transformação vai além do desenvolvimento individual. Quando líderes voltam para suas empresas com consciência ampliada sobre o impacto de sua presença e comunicação, criam efeito cascata positivo que beneficia toda a organização. Valores como empatia, escuta ativa, cooperação e inteligência emocional passam a permear a cultura corporativa de forma orgânica.
As experiências fora do escritório representam investimento estratégico no capital humano das organizações. Em um mercado cada vez mais competitivo, onde talento e inovação fazem a diferença, formar líderes conscientes, empáticos e autênticos torna-se vantagem competitiva sustentável que se reflete diretamente nos resultados empresariais.
Referências
https://mundorh.com.br/experiencias-fora-do-escritorio-formam-lideres/